PEZÃO PRESO, PALOCCI SOLTO 5: Bandido confesso, ex-ministro é outro a ter prerrogativa de decidir quem vive e quem morre na política

Agora vamos a Palocci. Condenado em primeira instância, ele estava em prisão preventiva havia dois anos e dois meses. Tinha sido sentenciado por Sérgio Moro a 12 anos e dois meses de cadeia. A condenação foi referendada pela 8ª Turma do TRF-4, mas com pena reduzida para 9 anos e 10 meses, em regime semiaberto domiciliar, com tornozeleira eletrônica. Vai devolver R$ 34 milhões aos cofres da Petrobras e, dada a sua antiga trajetória bem-sucedida de "consultor", pode viver um vidão de milionário. Sobrou muito dinheiro. Na delação que acertou com a Polícia Federal, o ex-chefão petista fez de Lula seu principal alvo. Acusa o ex-presidente de saber e de ter o controle da roubalheira que era praticada na Petrobras. A coisa não parou por aí: fechou um segundo acordo de delação, desta feita com o Ministério Público Federal, que ainda está sob sigilo. Na mira, Lula de novo e também a ex-presidente Dilma, além de outros políticos com mandato. Ou por outra: estamos vivendo sob a égide de um sistema em que se abrem as portas para que bandidos decidam quem vive e quem morre na política, desde que aceitem devolver parte da grana roubada, sofrer alguma humilhação pública e acusar aqueles que já estavam na mira desse sistema. Nada, no entanto, que os impeça de deixar a cadeia e de viver confortavelmente com parte do que amealharam em sua ação criminosa. E a isso chamam "nova era" no combate à corrupção.