relator da CPI da JBS pedirá indiciamento de Janot e sua trupe. Faz bem!
O deputado Carlos Marun (PMDB-MS) é relator da CPMI da JBS. Ele afirmou que pretende pedir o indiciamento de Rodrigo Janot, ex-procurador-geral da República; de Eduardo Pelella, seu ex-chefe de gabinete, e de Marcelo Miller, ex-procurador e ex-homem forte de Janot na PGR para assuntos de Lava Jato. Acho que faz bem.
Segundo o deputado afirmou à Folha, houve "orientação de membros da antiga cúpula da Procuradoria-Geral da República para que pessoas com foro privilegiado fossem investigadas sem autorização do STF [Supremo Tribunal Federal]".
Quem conhece o caso sabe ser verdade.
Quem conhece e não reconhece a obviedade ou é idiota ou está de má-fé. É uma pena que Pelella tenha apelado à Justiça para não falar — com Dias Toffoli, num de seus recentes votos estranhos, a lhe garantir o silêncio. Pelella teria a chance de contar o que andou conversando com a cúpula da JBS dias antes de Joesly gravar conversas com Michel Temer e Aécio Neves.
Em razão da armação, o deputado vai recomendar ainda a extinção dos benefícios da delação à turma da JBS. Também é justo. Tratou-se de uma armação, como revelam as gravações feitas por Joesley e involuntariamente tornadas públicas.
Ah, claro, claro! Marun vai assumir daqui a dois dias a Secretaria de Relações Institucionais do governo.
Aqui e ali, em razão disso, tenta-se colocar sob suspeição seu relatório, como se a pasta que está por vir mudasse a ordem dos fatos. E não muda. Se o presidente desistisse de nomeá-lo ou se ele decidisse não assumir o posto, os atos pregressos de Janot e sua turma seriam outros?