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PSDB 2: Por enquanto, decisões do PSDB não atraem nem votos nem aliados. Servem pra quê?

Reinaldo Azevedo

05/12/2017 03h55

 

Michel Temer e Geraldo Alckmin: fase dos tapinhas nas costas já passou. Agora é bola ou bule

O caso da Previdência é exemplar do erro que estão cometendo os tucanos. O pré-presidenciável Geraldo Alckmin afirmou, claro!, que o governo federal pode contar com São Paulo e coisa e tal. Bem, mas isso é muito pouco. Na verdade, isso, hoje, é nada. Contar exatamente para quê? Se não se responde a essa pergunta, não se chega a lugar nenhum.

O primeiro "contar" é a reforma da Previdência, sim. E os parlamentares tucanos — na maioria, os que votaram contra Temer — estão negando fogo, revelando, então, a sua real natureza. Futuro presidente do partido, Alckmin poderia chamá-los à razão, o que faria com que sua promessa, nesse primeiro caso, saltasse da retórica para os fatos. Mas não há esse movimento.

O segundo "contar", obviamente, diz respeito à defesa ao menos da herança do governo e das muitas coisas positivas que fez até aqui. O PSDB maximiza, no entanto, a rejeição popular ao governo Temer, segundo pesquisa, e dele quer se afastar por razões puramente eleitorais. Mas o resultado não se mostra. No dia 9, há a convenção nacional. Algo terá de ser dito.

Na entrevista concedida à Folha, Henrique Meirelles, ministro da Fazenda, afirmou que Alckmin não deve ser o candidato do governo em 2018. Bem, dados os fatos atuais, cumpre indagar por que seria. Ricardo Trípoli (SP), líder do partido na Câmara e um dos mais virulentos defensores do rompimento, reclamou, acusando, ora vejam, até ingratidão.

Ingratidão??? Por que Temer deveria ser "grato" ao PSDB? Porque o partido, segundo o líder, deu votos para apoiar projetos importantes do governo. É verdade! Afinal, a legenda era apenas a segunda com mais força na Esplanada dos Ministérios. De resto, entendem-se que os tucanos estavam votando em benefício do país, não de Temer.

O PSDB está escolhendo o caminho do isolamento. Se os partidos do chamado "Centrão" resolveram se unir ao PMDB no apoio a um candidato, podem ter quase metade do tempo no horário eleitoral.

A estratégia dos tucanos deve obedecer a algum arcano, a algum segredo, indecifrável para os simples mortais.

Uma coisa é certa: por enquanto, não atrai nem votos nem aliados.

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Sobre o autor

Reinaldo Azevedo, que publicou aqui o primeiro post no dia 24 de junho de 2006, é colunista da Folha e âncora do programa “O É da Coisa”, na BandNews FM.

Sobre o blog

O "Blog do Reinaldo Azevedo" trata principalmente de política; envereda, quando necessário — e frequentemente é necessário —, pela economia e por temas que dizem respeito à cultura e aos costumes. É uma das páginas pessoais mais longevas do país: vai completar 13 anos no dia 24 de junho.


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