O CASO AÉCIO 1 – Vamos lá: nada a perder senão empreendedores do ódio, que atiram primeiro para ler depois. Quando leem...
Reinaldo Azevedo
15/04/2018 23h42
Assim, meus caros, nada a perder senão os "haters" profissionais, os empreendedores do ódio que hoje pululam na Internet. O país está indo por um mau caminho, conduzido pela sanha de pessoas que deixaram de lado a Justiça e preferiram se colocar como justiceiras. A pesquisa Datafolha publicada neste domingo é bastante eloquente sobre o risco das trevas. Regimes totalitários não nascem da noite para o dia nem nascem sem motivos. As razões costumam ser muito palpáveis. Os motivos que as ditaduras encontram são sempre verossímeis, mas são falsos; vale dizer: têm a aparência de verdade.
Já escrevi a respeito e volto à questão, praticamente nos mesmos termos. Nesta terça, o Supremo analisa a denúncia contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG), Nunca se esqueçam de que ele fez parte de um pacote acertado entre Rodrigo Janot e Joesley Batista. O preço da impunidade absoluta que o então procurador-geral garantiu ao homem que confessou 245 crimes — somadas, as penas mínimas passariam de mil anos — era entregar a cabeça do presidente da República e do presidente do PSDB. E Joesley armou tudo direitinho.
Ministros do Supremo colaboraram para a patuscada. Janot escolheu o relator do caso, então: Edson Fachin. Tanto não era ele o juiz natural que se viu na contingência de abrir mão da relatoria no que diz respeito a Aécio — afinal, o que a acusação tem a ver com a Petrobras? Nada! Mas o doutor manteve a imputação contra Michel Temer. Cármen Lúcia foi conivente com a coisa toda, mesmo sabendo que Fachin era um juiz escolhido a dedo. Ainda no tribunal, Roberto Barroso defendeu encarniçadamente a tese de que delação premiada, mesmo que recheada de crimes, tem de ser mantida. Pode estar acima da Constituição. Talvez seja mera coincidência o fato de Fernanda Tórtima — que é advogada da JBS e que participou desde o começo das lambanças da delação, envolvendo também o ex-procurador Marcelo Miller — ser filha da ex-mulher do pai do ministro e de ter tido com ele intensa convivência familiar…
Pronto. Até aqui, a gritaria dos desinformados é pequena. Ela vai se adensar no post abaixo deste.
Sobre o autor
Reinaldo Azevedo, que publicou aqui o primeiro post no dia 24 de junho de 2006, é colunista da Folha e âncora do programa “O É da Coisa”, na BandNews FM.
Sobre o blog
O "Blog do Reinaldo Azevedo" trata principalmente de política; envereda, quando necessário — e frequentemente é necessário —, pela economia e por temas que dizem respeito à cultura e aos costumes. É uma das páginas pessoais mais longevas do país: vai completar 13 anos no dia 24 de junho.