Esse Emílio que não é de Rousseau quer escola sem partido do Guevara; só com o do Pinochet. Que tal a Lei de Segurança Nacional para ele?
Reinaldo Azevedo
29/05/2018 07h51
https://www.youtube.com/watch?v=6Ys1x5DIa_I
Entre outas preciosidades, ele pergunta: "Que história essa de colocar na cabeça de nossos filhos que teve ditadura no Brasil?" E aí vem uma metralhadora de impropérios. Ah, sim: o homem ataca figuras históricas pelas quais tenho solene desprezo e que, com efeito, são frequentemente glorificadas nas nossas escolas, como Fidel Castro e Che Guevara. Mas ele aplaude um assassino contumaz e comprovado como Augusto Pinochet. Na "Escola do Seu Partido", o "bando de bostas comunistas" não exaltaria Fidel e Che. Mas o "bando de bostas fascistas' aplaudiria Pinochet, que é um dos seus heróis.
Emílio não gosta de comunistas que defendem os assassinos errados. Ele gosta, e ele é um deles, dos que aplaudem os assassinos certos.
Bem, em seus vídeos, por óbvio, há uma confissão, me parece: locaute. A nota da empresa da família é um tanto rebarbativa. O empresário é figura carimbada nos bloqueios. A Lei 12.850, que define associação criminosa, está aí. Que se avalie se e ou não o caso.
Há mais: não tendo havido ditadura no Brasil, como diz este bravo, ele certamente não se incomodaria em ser processado, dados os estragos, pela Lei de Segurança Nacional, Artigo 15:
"Art. 15 – Praticar sabotagem contra instalações militares, meios de comunicações, meios e vias de transporte, estaleiros, portos, aeroportos, fábricas, usinas, barragem, depósitos e outras instalações congêneres.
Pena: reclusão, de 3 a 10 anos."
É uma lei de 14 de dezembro de 1983.
Como indagaria este Emílio, que deixaria no chinelo o de Rousseau, "que história é essa de colocar na cabeça de nossos filhos que teve ditadura no Brasil?"
Ora, claro que não teve.
Sobre o autor
Reinaldo Azevedo, que publicou aqui o primeiro post no dia 24 de junho de 2006, é colunista da Folha e âncora do programa “O É da Coisa”, na BandNews FM.
Sobre o blog
O "Blog do Reinaldo Azevedo" trata principalmente de política; envereda, quando necessário — e frequentemente é necessário —, pela economia e por temas que dizem respeito à cultura e aos costumes. É uma das páginas pessoais mais longevas do país: vai completar 13 anos no dia 24 de junho.