FIM DO SHOW 1: Milícias, também virtuais, como base política não funcionam
Reinaldo Azevedo
23/03/2019 20h15
O "Partido da Polícia" — Sérgio Moro, Deltan Dallagnol e cia… —, trabalha em associação tática com a turma de Bolsonaro. Em algum momento, essas forças entrarão em conflito, mas não já… Por enquanto, o Aparato das Sombras em que se transformou a operação atua para emplacar a sua própria agenda: manter os Três Poderes da República sob permanente ameaça e impedir, mais uma vez, a reforma da Previdência — nesse particular, atendendo à gritaria das corporações de ofício que não querem abrir mão de seus privilégios.
Voltemos. O presidente da República não sabe como sair dessa armadilha porque a sua "base de apoio", alargando bem o conceito, não está no Congresso, mas nas milícias — refiro-me, nesse caso, às virtuais; aquelas do Rio são outra conversa; aquelas são flancos que servem de estoque estratégico a Moro e companhia, se é que me entendem… Por que Bolsonaro não entra de cabeça na reforma da Previdência? Porque o seu público não quer. Muita gente votou nele acreditando que tudo se resolveria se ele mandasse Sérgio Moro meter alguns tubarões na cadeia. Outros ainda realmente acreditaram que bastaria derrotar o PT, e as respostas surgiriam num estalar de dedos.
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Sobre o autor
Reinaldo Azevedo, que publicou aqui o primeiro post no dia 24 de junho de 2006, é colunista da Folha e âncora do programa “O É da Coisa”, na BandNews FM.
Sobre o blog
O "Blog do Reinaldo Azevedo" trata principalmente de política; envereda, quando necessário — e frequentemente é necessário —, pela economia e por temas que dizem respeito à cultura e aos costumes. É uma das páginas pessoais mais longevas do país: vai completar 13 anos no dia 24 de junho.