E a técnica atribuída, injustamente, ao avestruz, que consiste em enfiar a cabeça no buraco? Pois é… Quando percebeu que sofreria uma derrota constrangedora, os governistas preferiram fingir que nada estava acontecendo. O líder do governo na Câmara, Major Victor Hugo (GO), liberou seus, digamos, não-liderados para votar livremente. Já não havia o quer fazer. Então o negócio era caminhar feliz para o abismo. Ele próprio votou a favor do texto, que simplesmente manieta o governo se aplicado. Mas não só ele. A proposta que dormitava na Câmara é de autoria do deputado Hélio Leite (DEM-PA). Ele não se fez de rogado. Exibiu as evidências de que, em 2015, tanto o então deputado Jair Bolsonaro como seu filho, Eduardo — o federal mais votado em 2018 — eram favoráveis à medida. Certamente porque, afinal, se tratava de torrar a paciência de Dilma Rousseff (PT). Sem saída e com receio de passar por incoerente, o filho Zero Três votou a favor da proposta e ainda fez uma declaração de coerência. Afirmou:
"É uma pauta que quando Jair Bolsonaro era deputado federal, ele e eu fomos favoráveis. Isso vai trazer independência para esse plenário, para os colegas deputados federais. De maneira nenhuma se trata de uma derrota do governo;  se trata sim de uma relação harmônica entre os Poderes"

Àquela altura, Paulo Guedes devia estar entre exclamando e se perguntando: "Onde fui amarrar meu burro, Santo Deus!?"
Continua aqui