Olavo de Carvalho, o desocupado que transformou suas impressões e suas paranoias em filosofia, entrou em surto. Está bravo com as críticas que o general Villas Bôas, ex-comandante do Exército, lhe dirigiu. E sai disparando a esmo, como de costume.

Dá para entender. O cara chega aos 72 anos sem nunca ter trabalhado. Primeiro, ganhou a vida como astrólogo. Aí virou líder de uma seita islâmica. E se tornou anticomunista profissional depois do fim da União Soviética. À sua maneira, não deixa de ser um gênio. Talvez falte contar alguma coisa de sua biografia: como se instalou nos EUA, quem o ajudou na empreitada, quem garantia a mesada antes de se dedicar às aulas de autoajuda para anticomunistas principiantes…

O grande pensador está preparando um verdadeiro exército de pensadores para enfrentar a Guerra Fria do século 20…

Esse cara só não é uma nulidade absoluta porque um conjunto de fatores que nada tem a ver com a sua sapiência jogou o país no colo de Bolsonaro. Se dependesse dele, nem teria havido o impeachment. Atacou os movimentos organizados porque estes descobriram a tempo que cabia ao Congresso votar. Pregava uma certa "intervenção civil", que era, na verdade, golpe militar. E me acusou à época de, como posso dizer?, corromper a alma da juventude porque, ora vejam, defendi justamente que houvesse a aproximação dos movimentos de rua com o Parlamento.

Olavo parece ter uma relação de amor e ódio com coturnos…

Sei lá se toma remédios. Sugiro aos que cuidam dele que acionem seu psiquiatra. Sou um de seus alvos. Tenho aqui guardados elogios que me fez. Não os exibo porque sinto vergonha. Porque acho um mérito ser atacado por um tipo que mendiga dinheiro na Internet. Por um sujeito que passa a vida mercadejando certezas absolutas: astrologia, islamismo e agora anticomunismo do século passado. E gosto da certeza que tem sobre a sua importância na posteridade.

No dia em que esta onda passar, vamos nos lembrar por um tempo daquele velho desbocado, obcecado por orifícios e excrementos. Até que não reste mais nada, além da vaga memória de um guru fascistoide, ridículo e sempre a precisar de um bom banho.

A sua grandeza está na referência que fez ao general Villas Boas, num dos tuítes, que reproduzo abaixo:
"Há coisas que nunca esperei ver, mas estou vendo. A pior delas foi altos oficiais militares, acossados por afirmações minhas que não conseguem contestar, irem buscar proteção escondendo-se por trás de um doente."

Não fossem tantas outras provas que já deu de seu caráter, eis mais uma.

Ele me chama de "Arruinaldo". Dizer o quê? Olho para mim e para ele; sei como ganho a vida e como ele se sustenta; penso no mundo que me daria satisfação, e todos sabemos o que o faria feliz. Tenho consciência do que as minhas filhas pensam de mim, e há notícias da criação que este Rousseau de meia-tigela deu aos seus rebentos… Não é difícil saber onde está a ruína. Que tipo de verme não cuida das próprias crias? Os vermes.

Leiam alguns tuítes de hoje. Volto para arrematar:

– Lênin ensinava: o meio mais eficaz de alcançar a vitória é tirar do inimigo o desejo de lutar. Esse é o serviço que o isentaste presta aos comunistas.

– Se minhas últimas palavras forem um belo insulto lançado aos traidores, morrerei feliz.

– Os generais, para voltar a merecer o respeito popular, só têm de fazer o seguinte: arrepender-se, pedir desculpas e passar a obedecer o presidente sem tentar mudar o curso dos planos dele. É simples.

– O Santos Cruz, politicamente analfabeto. não sabe NEM MESMO a distinção entre governo e Estado. Quem governa é o presidente sim, Santos Cruz. O Legislativo legisla e o Judiciário julga. Governar, só o Executivo governa.

– Nunca imaginei que veria tantos loucos gritando o meu nome para convencer uns aos outros a não falar mais de mim.

– Tento me imaginar discutindo filosofia política com um desses generais. É mais fácil treinar artes marciais com um bicho-preguiça.

– Para quê discutir com o Vil? Quem não vê que ele, seguindo o exemplo do Arruinaldo, já está se destruindo a si mesmo?

– Já expliquei mil vezes, mas esses bebês fardados não querem ou não podem entender: A ciência política pode ser superior a ideologias, não pelo isentismo mas pela correta articulação dialética das forças e (…)

– Quem não enxerga que o isentismo é a mais perversa, hipnótica e imbecilizante das ideologias não tem cacife para conversar nem sobre política distrital.

– Entendo o drama ético do Aidemim: sem os franguinhos brasileiros, como poderão os pobres chineses e jihadistas ter energias para matar cristãos?

– Precisei chegar aos 72 anos para aprender, com o Aidemim, que Israel é o horror extremista enquanto a China e os jihadistas são os campeões de moderação.

– Não se preocupem, incelenças: Seu lugar no esgoto da História está garantido.

– Todo esse pessoal tem muito a perder. Eu só tenho a minha vida física, que já não vale grande coisa.

– Conselho do Rodrigo Cocô: Não falemos mais do Olavo de Carvalho: Falemos do Rodrigo Cocô.

– Como sempre, não refutam uma única afirmação minha. Xingam, rotulam, rosnam, depreciam, ameaçam, choramingam. É tudo o que sabem fazer.

– Na mente desses generais, só duas posições políticas são admissíveis: o esquerdismo e o isentismo. Anticomunismo, anti-jihadismo e antigenocídio são extremismos proibidos.

– Há coisas que nunca esperei ver, mas estou vendo. A pior delas foi altos oficiais militares, acossados por afirmações minhas que não conseguem contestar, irem buscar proteção escondendo-se por trás de um doente.

– Vocês já notaram que TODA a comunistada da mídia está do lado do Santos Cruz? Será que essas putas viraram, de repente, amigas do Bolsonaro?

– O problema inteiro é muito simples: a pauta do Bolsonaro, e de todo o povo que o elegeu, é nacionalista, conservadora, cristã e anticomunista. A dos generais é contra TUDO isso.

– Será que alguém não entendeu ainda?
Faço afirmações históricas graves e bem documentadas, e me respondem com picuinhas, fofocas e lacrimejações de autopiedade. Discussão séria, nada.

– Estou com o Bolsonaro até à morte. Espero que seja a morte de terceiros, mas se for a minha também estará OK.

– A quem me chama de desocupado não posso nem responder que desocupado é o cu dele, já que não para de cagar o dia inteiro.

VOLTEI
À diferença do que ele diz, não há uma só pitada de história em suas diatribes. Ao contrário da tirada de Polônio sobre Hamlet — via método no que parecia loucura —, o que há neste senhor é só a mais pura e evidente loucura no que finge ser método.

Talento? Ele tem, sim! Sempre ganhou o pão sem nunca ter vertido uma gota de suor.

E faz o que faz porque conta com o apreço e o apoio de Jair Bolsonaro — que, afinal, reconhece a sua grandeza intelectual. Estamos vendo o bem que isso faz ao governo.

Vai receber a Grã Cruz da Ordem de Rio Branco. Os tuítes que vão acima explicam por que o presidente fraudou as regras de concessão da insígnia para condecorá-lo.

As Forças Armadas nunca foram tão humilhadas. E, claro!, não me refiro a Olavo, que este é só um caça-níqueis da Internet a precisar há décadas de um bom banho — poderia, por metáfora, lavar também a alma. Refiro-me ao presidente da República. Mesmo depois do que vai acima sobre os militares brasileiros, manterá a condecoração.

Sei não, senhores… Daqui a pouco, a coisa começa a esbarrar na honra. Não está na hora de considerar a hipótese de bater em retirada?

Vamos ver com quantos Olavos e insultos Bolsonaro conta para manter a lenda do "Mito"…