O Senado sempre foi a casa da moderação; estará mais fragmentado do que nunca; não estarão presentes alguns resolvedores de crise
No Senado, Casa que sempre contribuiu para baixar a temperatura das contendas da Câmara, a realidade não é das melhores também. O MDB continua a liderar o número de parlamentares, mas com apenas 12, não mais 18. O PSDB continuará a ter a segunda bancada, mas os 12 baixarão para 8. Em seguida, vem o PSD, com 7. Depois, com 6, há o PT (que hoje tem 9), DEM e PP. Com 5, a Rede e o Podemos. E só então vem o PSL, de Bolsonaro, com quatro. Haverá seis siglas com um único representante.
E, ora, ora, lá vou eu desagradar a turma que confunde "novo" com "novidade". Hábeis negociadores deixam a Casa — e a turma que diz querer a "nova política" vai dar "vivas!" até a primeira crise para valer. Estão fora Eunício Oliveira (MDB-CE), hoje presidente da Casa; Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), vice-presidente; Romero Jucá (MDB-RR), o mais hábil deles todos; Valdir Raupp (MDB-RO) e Jorge Viana (PT-AC). Até o bolsonarista de raiz Magno Malta (PR-ES) foi banido pelo eleitor. Se Bolsonaro ganhar, deve ir para o governo. Mas no Senado não está.
Renan Calheiros (MDB-AL) estará lá mais uma vez. É do MDB. Aliás, é da tradição das duas Casas que o maior partido faça o presidente. Ninguém imagina que a Câmara vá botar um petista no comando, a menos que Haddad se eleja. E olhe lá. Renan é candidato natural a presidir o Senado, mas ele pode começar a contar, desde já, com vários caminhões de pedra do meio do caminho.
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