O QUE QUER OLAVO?-1: Generais no alvo + mudez do chefe = anarquia militar
Mas o que quer Olavo de Carvalho, o autointitulado "filósofo e professor", que se senta ao lado de Jair Bolsonaro num jantar na embaixada do Brasil em Washington, é saudado como um grande mestre e tratado pelos filhos do presidente como o grande inspirador do que pretendem que seja uma revolução? Dados os ataques que dirige aos generais que estão no governo — em especial Hamilton Mourão, vice-presidente, e Santos Cruz, da Secretaria de Governo —; aos militares como um todo, que teriam sido condescendentes com o comunismo, e às elites, qualquer uma, inclusive a fardada, a resposta é uma só: as ideias de Carvalho clamam por um líder que atropele o Congresso, o Judiciário e, atenção agora para o caso em espécie: as próprias Forças Armadas! Ora, se a elite militar impede que o demiurgo seja, afinal, aquilo que, na cabeça de Olavo, estaria destinado a ser, então se tem, queira ou não o prosélito, o que poderíamos chamar, para usar uma palavra de peso em 1964, um "apelo aos cabos". Os ataques de Carvalho ao generalato e às Forças Armadas e o silêncio de Bolsonaro, que não o desautoriza — ao contrário: ele e os filhos têm reverência pelo dito professor — são uma receita para a desordem militar. Simples assim.
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