PETRONARO 5: Ação não surpreende; Guedes pode ser um liberal; o “Mito” não

Embora o conjunto da obra seja muito ruim para a Petrobras e para um governo que tenta investir na reputação de liberal e de amigo da economia de mercado, o recuo do reajuste do diesel, convenham, nada teve de surpreendente. Bolsonaro apoiou a greve dos caminhoneiros, que causou dificuldades imensas para o governo Temer e jogou a pá de cal na reforma da Previdência que se discutia então. Na verdade, uma mobilização naquela magnitude só aconteceu porque a já impressionante organização das redes sociais do então pré-candidato entrou no apoio efetivo à mobilização. Em vários momentos, a linguagem de campanha se misturava com a defesa da greve. Quando Bolsonaro percebeu que o país caminhava para o colapso no abastecimento de combustíveis e alimentos, defendeu o fim da paralisação. Mas o governo Temer já havia cedido às reivindicações. Na campanha eleitoral, o então candidato do PSL deu entrevistas em que ficou evidente a disposição de interferir nos preços da Petrobras. Guedes pode ser um liberal. O presidente não é e nunca foi.
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