APESAR DE VOCÊ 2: As mentiras sobre o dia 26. Ou: Perguntem a Paulo Guedes
Observem: apesar do esforço de última hora para maquiar o caráter das manifestações convocadas para o dia 26, a sua essência antidemocrática e golpista está dada. Os alvos são os Poderes constituídos da República. E, é bom que fique claro, aí se inclui também o Executivo, que não é constituído apenas pela Presidência da República. Aliás, esta não se resume à figura do presidente. E, não resta a menor dúvida, os que saírem às ruas estarão a exigir que um autocrata se imponha às instituições. "Ah, vamos cobrar a reforma da Previdência!" Mentira! Ou, então, essa gente estaria alinhada com Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara. Em vez disso, o deputado é candidato a ser uma das Genis do berreiro histérico. Perguntem a Paulo Guedes, ministro da Economia, com quem ele tenta articular a aprovação de um texto ao menos razoável. Resposta: Maia. "Ah, vamos defender a MP 870, a da reforma administrativa". Mentira também! A principal alteração que o Congresso tende a fazer — e está correta — é devolver o Coaf à área da qual jamais deveria ter saído: a econômica. É assim na esmagadora maioria das democracias. De resto, que hipocrisia é essa? Os Bolsonaros alimentam a ilusão de que, saindo o Coaf das mãos de Moro, vão diminuir os sortilégios da família no caso Fabrício Queiroz. Não vão, deixo claro. Estou evidenciando que o próprio presidente jamais anunciou a seus sectários ser essa uma questão pela qual valia a pena ir às ruas.
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