APESAR DE VOCÊ 4: O protesto do dia 26 será contra a reforma, não a favor
Nesta terça, na Câmara e no Senado, o hiato entre o presidente e o Poder Legislativo se mostrou de maneira inequívoca. Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, deixou claro que não há diálogo possível — além daquele imposto pela formalidade legal — com o deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO). Chegou às mãos de Maia mensagem postada há algum tempo pelo líder do governo na Casa, segundo a qual, por ali, só se negocia com um saco de dinheiro. "A publicação é desrespeitosa, mas não foi só ele. Tem secretários de alguns ministérios que também postaram, e nós não vamos aceitar esse tipo de tratamento de alguns membros do poder Executivo e seus representantes em relação ao poder Legislativo", disse o presidente da Câmara, segundo quem a Casa aprova a reforma da Previdência até junho ou julho. Ele aproveitou para ponderar que a reforma da Previdência só dará frutos positivos "se estivermos vivendo em uma democracia". E emendou: "Ou acontece como na Venezuela; os empresários vão embora". E, pois, como se nota, a reforma a ser aprovada o será apesar de Bolsonaro e seus sectários, não por causa deles. Ou por outra: os protestos em favor do fechamento do Congresso, nessa equação, atuam, na prática, contra a reforma.
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