Governo quer acabar com exame que detecta droga em motoristas profissionais
O projeto que o presidente Jair Bolsonaro levou pessoalmente à Câmara dos Deputados e que pretende dar às já tão violentas estradas brasileiras um ar do filme Mad Max já foi abordado neste blog nos posts que vão nestes dois links: CNH de Bolsonaro ataca pacto civilizatório e A cadeirinha, o fim da multa e a legislação porca. Uma mudança proposta pelo governo vem para agradar uma categoria que o apoiou quando candidato à presidência vem nesta matéria do site G1, que ouviu especialistas:
O projeto de lei entregue na Câmara dos Deputados pelo presidente Jair Bolsonaro nesta terça-feira (4) propõe que motoristas de caminhões e ônibus (das categorias C, D e E) não sejam mais obrigados a fazer exame toxicológico ao renovar a Carteira Nacional de Habilitação, a CNH.
O projeto ainda precisa ser aprovado por deputados e senadores para entrar em vigor.
Atualmente, cada vez que vão renovar a CNH, estes motoristas profissionais devem realizar um exame para detectar consumo de substâncias psicoativas que comprometam a capacidade de direção.
O teste consegue perceber o uso destas drogas no período de 90 dias anteriores ao exame.
Teste detecta 'rebites'
O exame detecta, por exemplo, os comprimidos chamados de "rebites", droga estimulante que faz o cérebro trabalhar mais rápido, reduzindo o sono e o cansaço do motorista.
Com essas substâncias, motoristas conseguem rodar por mais horas sem a necessidade de parada. Atualmente, para cada 5 horas ao volante, o condutor deve fazer pausas de, pelo menos, 30 minutos.
Caso o projeto de lei seja aprovado, não haverá qualquer controle do consumo de drogas para os motoristas profissionais. A medida foi criticada por especialistas.
De acordo com Maurício Januzzi, especialista em direito no trânsito, a falta do exame toxicológico deve aumentar o número de acidentes nas estradas. "Isso é um risco para o próprio risco para o motorista, e para quem trafega nas rodovias. Para agradar uma categoria profissional, ele coloca a população em risco", disse.(…)
No G1.