ILEGAL E IMORAL 2: Envolvidos não comentam “material de origem criminosa”
O advogado Modesto Carvalhosa já entrou com dois pedidos de impeachment contra o ministro Gilmar Mendes: um em abril de 2018 e outro em março de 2019. Se usou ou não texto redigido por Thaméa Danelon e revisado por Deltan Dallagnol, bem, isso não se sabe.
Convidados a falar a respeito — leiam ao fim do post as questões enviadas aos envolvidos —, Carvalhosa e Thaméa dão praticamente a mesma resposta.
Diz ela: "A procuradora da República Thaméa Danelon não se manifesta sobre material oriundo de ato criminoso." Diz ele: "Não tomo conhecimento de matéria de origem criminosa como é o caso dessas matérias produzidas pelo The Intercept Brasil."
Perfeitamente! Mais honrada se mostraria a dupla se não se metesse também em atos ilícitos, não é mesmo? Ou o doutor Carvalhosa acha aceitável que uma procuradora redija em seu nome uma arguição de impeachment, com o concurso do coordenador da força-tarefa.
O advogado também já pediu o impeachment do ministro Ricardo Lewandowski em dezembro de 2018. E justificou assim, referindo-se ao Supremo:
"O caso é o seguinte: as instituições, assim como as pessoas, quando perdem a sua reputação, é impossível voltar a tê-la. No caso do Supremo Tribunal Federal, todo o povo brasileiro sabe que ele perdeu a sua reputação. Não é mais uma instituição legítima, não é uma instituição respeitável. Perdeu a sua autoridade moral, a sua autoridade em qualquer sentido. Ninguém respeita, do ponto de vista moral, as decisões deles [dos ministros]."
Que coisa, não é? Respeitável, segundo os elevados padrões de Carvalhosa, é a Lava Jato, em que um procuradores entram em conluio com um advogado de privados para depor dois ministros do Supremo.
Dallagnol respondeu o seguinte:
"O procurador Deltan Dallagnol não revisou o pedido de impeachment nem teve contato com o professor Modesto Carvalhosa sobre o assunto. O procurador não reconhece as mensagens que são atribuídas à força-tarefa, que têm origem criminosa e têm sido usadas para falsas acusações e deturpações." (Reinaldo Azevedo e Leandro Demori)
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