Inverno da Justiça brasileira será longo, evidencia TRF-4. Pior para o país
O inverno da Justiça no Brasil, sob o pretexto de se combater a corrupção, tende a ser longo. Não é preciso entrar no mérito da inocência ou da culpa de Lula, da existência ou não de provas, para concluir que aquilo a que se assistiu nesta quarta constituiu um espetáculo grotesco. Mais uma vez, faltassem outras evidências, fica claro por que é preciso tomar muito cuidado quando se pretende dar às decisões de segunda instância o estatuto de trânsito em julgado.
Por três votos a zero, a 8ª Turma do Tribunal Federal da 4ª Região referendou a condenação do ex-presidente por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. E com uma majoração estupenda da pena. Os 12 anos e 11 meses que haviam sido estabelecidos pela já punitivista juíza Gabriela Hardt foram convertidos em 17 anos, um mês e dez dias. Mais uma vez, três desembargadores tomam uma decisão obviamente concertada, combinada.
Há quem queira que a beleza de um colegiado está aí, não é mesmo? Ou em se transformar numa corte de absolvição — o que quase nunca acontece — ou num pelotão de fuzilamento, que será sempre o que vai acontecer no caso do petista. Parece-me evidente que o TRF-4, que costuma atuar como extensão da Lava Jato, tomou as dores da operação e do ex- juiz Sérgio Moro e resolveu, mais uma vez, atuar como ordem unida. E mandou às favas o Supremo. O inverno será longo. E traumático. Podem apostar.
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