Julgamento que envolve Gleisi é expressão de bagunça conceitual que transforma o caixa dois, que bonito não é, em sinônimo de corrupção
O julgamento da ação penal contra a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) não deixa de ser expressão de uma confusão dos diabos que está sendo promovida pela Lava Jato, a saber: caixa dois virou sinônimo de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ora, isso é apenas uma licença poética do direito, que virou farsa. Por quê? Por muitos motivos:
1: o dinheiro do caixa dois não tem, necessariamente, origem ilegal;
2: caixa dois, por si, não é sinônimo de corrupção passiva/corrupção ativa porque estas precisam ser provadas. É preciso que haja um agente público que, em razão do cargo que ocupa ou vai ocupar, receba do corruptor vantagem indevida. No caso de Gleisi, o MPF tentou forçar a mão: ela teria recebido o dinheiro em troca da garantia de que Paulo Roberto Costa permaneceria diretor da empresa.
3: afirmar que dinheiro, ainda que de origem desconhecida ou mesmo ilegal, empregado em campanha é uma modalidade de lavagem de dinheiro é só exercício porco do direito.
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