CATARSE 1: Mourão fala o que Fiesp quer ouvir, mas a reforma cai do telhado
Reinaldo Azevedo
27/03/2019 05h36
Todos experimentamos uma espécie de conforto psicológico quando gurus, intelectuais, artistas, pessoas famosas, líderes religiosos ou autoridades falam aquilo que pensamos, especialmente se esse pensamento está de algum modo entranhado, pouco claro para nós mesmos. Melhor ainda quando temos certa percepção da realidade ou cultivamos uma determinada opinião que não é lá muito influente — ou que tem pouca aceitação social —, e então vem essa "personalidade" e a vocaliza, externando o que trazíamos guardado. O efeito é similar ao da catarse. Há uma espécie de liberação. Então dizemos: "É isso!" A eleição de Jair Bolsonaro, note-se, passou por esses caminhos. Anos de pregação à esquerda criaram certo caldo de ressentimento em largas parcelas da população, que se sentiam sufocadas. Se aquilo que guardavam era bom ou mau, bem, esses são outros quinhentos. Nem é matéria destes posts. Todos sabem o que penso a respeito. Com frequência, não eram bons sentimentos nem boas percepções. Mas deixo isso pra lá agora. O que importa é essa espécie de desabafo coletivo.
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Sobre o autor
Reinaldo Azevedo, que publicou aqui o primeiro post no dia 24 de junho de 2006, é colunista da Folha e âncora do programa “O É da Coisa”, na BandNews FM.
Sobre o blog
O "Blog do Reinaldo Azevedo" trata principalmente de política; envereda, quando necessário — e frequentemente é necessário —, pela economia e por temas que dizem respeito à cultura e aos costumes. É uma das páginas pessoais mais longevas do país: vai completar 13 anos no dia 24 de junho.